Enquanto os dirigentes desfrutavam de poder e privilégios, em seus palácios, os cidadãos feridos por baleamento durante os protestos, ficaram à mercê, na luta incessante, pela sobrevivência.
As centenas de mortes, o cenário sombrio que se instalou, e a falta do compromisso dos governantes com o bem-estar colectivo, reflectem as consequências amargas de uma liderança egoísta.
A falta de assistência às vítimas de baleamento, durante as manifestações convocadas pelo ex-candidato presidencial, Venâncio Mondlane, são apenas algumas das feridas visíveis deste desdém da elite política, cuja prioridade é salvaguardar os interesses pessoais.
A não transparência na prestação de contas para com a sociedade, após o encontro mais esperado entre o Presidente da República, Daniel Chapo e Venâncio Mondlane, a 23 de Março, intensificou ainda mais a desconfiança, arruinando qualquer rastro de esperança naqueles que deram suas vidas em troca de um Moçambique justo e democrático.
Em causa, estão as vítimas por baleamento, durante os protestos e com os membros locomotores danificados, pelo que estão impossibilitados de prover sustento às suas famílias. Sequelas de uma luta por justiça, cujos acordos relativos ao fim das manifestações, foram celebradas à portas fechadas.
Entretanto, os sobreviventes do grande caos, que decorreu um pouco por todo território nacional, em meio ao egoísmo da elite política, clamam pela mudança e responsabilização da Polícia da República de Moçambique, pelo uso indevido da força contra os civis.
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